***Por Graziela Sirtoli
Como é seu guarda-roupa? Como são seus hábitos de compra? Como você lida com uma promoção? Já parou para pensar nisso?
Na última semana, no Brasil e em várias partes do mundo, aconteceu o Fashion Revolution Week, um evento que tem como objetivo repensar o consumo e o modo como nossas roupas são produzidas.
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Ele nasceu da indignação de diversas mulheres ao saber da morte de 1.133 pessoas em uma fábrica têxtil em Bangladesh. Essas vítimas e outras 2.500, que ficaram feridas, eram trabalhadoras e passavam horas e horas produzindo em um lugar com péssimas condições e salários baixíssimos.
Esse caso ficou conhecido mundialmente. Mas, infelizmente, ele não é o único. É só dar um Google e aparecem várias matérias falando sobre trabalho em condições análogas à escravidão em fábricas que vão desde o Bom Retiro até a China. Então, meninas… É hora de colocar a mão na cabeça e tomar para si o problema também.
Afinal, que graça tem usar uma roupa maravilhosa se ela tiver sido costurada por alguém que não está recebendo o que merece e, pior ainda, trabalhando em um regime de escravidão? Todo o glamour vai embora, não é mesmo?
Ser um consumidor que pensa, que exige e que por meio dos seus hábitos constrói um mundo melhor é o que está em alta nesta e EM TODAS AS ESTAÇÕES!
Se identificou com essa causa, mas não sabe o que fazer e nem por onde começar? Calma, que vamos te dar uma ajuda.
DICA 1- Olhe as etiquetas: entrou numa loja e gostou de uma blusinha? Vire ela do avesso e olhe a etiqueta. Foi produzida na China, Taiwan, Turquia? Pode começar a se preocupar. No geral, esses países são escolhidos pelas marcas por terem uma legislação trabalhista pouco rigorosa. Mas não se engane, tá?! Muitas roupas feitas no Brasil também fazem parte desse mercado e ainda se utilizam de imigrantes ilegais, que pouco podem recorrer à polícia. Portanto, se o preço for muito baixo, desconfie!
DICA 2 – Pare de consumir sem necessidade! Esta, além de ser uma dica sustentável, ainda é boa para o seu bolso. Escolha melhor as peças que você vai comprar. Se conheça, saiba o que lhe cai bem, o que você gosta de usar. Não caia em roupas de “modinha” e com um precinho legal. Como já disse o estilista Ronaldo Fraga, uma roupa de R$ 30 não é barata, ela pinga sangue. Compre peças de marcas com um trabalho que você conhece e que paguem um valor justo a todas as pessoas envolvidas em sua cadeia de produção.
DICA 3 – Questione as marcas: por trás de toda roupa, há muitas pessoas envolvidas e, na maioria dos casos, elas não estão sendo nem um pouco bem pagas por isso. Para quem é consumidora da moda plus size, essa é hora de ser chata mesmo. De que adianta a marca ser inclusiva em sua tabela de medidas, se na forma de trabalho ela ainda é retrógrada?Como esse é um mercado que está crescendo, ele pode ser ainda mais revolucionário e caminhar lado a lado a uma moda mais justa e consciente, desde o modo de produção até a escolha da matéria-prima. Porém, para isso, é preciso que as consumidoras façam seu papel e exijam isso. Nós conversamos com a Débora Fomin, criadora da ALT, uma marca de tamanhos grandes, slow fashion e que está fazendo seu papel para uma moda mais justa. Vale conhecer!
DICA 4 – Visite brechós: “Credo! Roupa velha? Eu não!” Que isso, gente. Lavou, tá nova. Em um brechó de qualidade, você consegue peças com tecidos ótimos e que ainda têm muita lenha para queimar. É difícil achar peças plus size em brechós? Olha aí a oportunidade de negócio! Que tal montar um em sua cidade, seu bairro? Quanto mais gente procurar, divulgar, mais opções vão surgir e, assim, roupas lindas poderão ganhar
novas donas.
DICA 5 – Troque com as amigas: por que não juntar algumas amigas e montar um bazar? Todo mundo tem no armário uma roupa parada no armário e que não usa mais. Marque uma data, faça umas comidinhas, combine com as amigas para cada uma levar algumas peças e pronto! Uma dica legal é colocar em cada peça uma cartinha com a história daquela roupa. Afinal, se ela fez parte da sua vida, pode também fazer parte da vida da sua amiga!