Carolina Modaneze, de 39 anos, é game designer e sempre teve paixão em usar os jogos e ferramentas lúdicas em ambientes de aprendizagem – para engajar crianças, jovens e até adultos. Nos últimos dez anos, ela passou por grandes empresas, como Leroy Merlin e Roche Farmacêutica, até que decidiu empreender.
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“Nossa missão na Fagulha é provocar a curiosidade para que as pessoas possam aprender mais sobre temas atuais e relevantes para a formação de cidadãs e cidadãos. Portanto, nossos jogos trazem temas como a representatividade feminina, por exemplo, de um jeito leve e inspirador, para que as pessoas tenham esta vontade de conhecer mais sobre o assunto”, conta Carolina.
No empreendedorismo, ela explica que os desafios são imensos, mas o resultado é gratificante: “Empreender é uma luta diária, somos constantemente testados por dificuldades ou propostas de emprego inegáveis. No entanto, as recompensas são muito maiores! Trabalhar em um projeto alinhado às suas crenças e valores, que tem o seu DNA e com o propósito de participar da transformação do mundo não tem preço”.
Em maio deste ano, a Fagulha foi selecionada entre 250 empresas para participar do Programa de Aceleração da Herd, que faz parte da Rede Mulher Empreendedora. “Ampliou o nosso olhar sobre as possibilidades do nosso negócio e nos fez enxergar o quão valioso é o nosso negócio (muitas vezes a autocrítica nos cega e só vemos um pequeno pedaço de tudo que podemos ser e construir)”, afirma a game designer.
Mulher empreendedora
“Mulheres precisam se provar a todo o instante! Para ocupar os mesmos espaços, precisamos estar muito mais preparadas, ter mais ‘chancelas’ e estar mais disponível”
“Para mim, que tenho um sócio homem, doí ter que passar toda vez por reuniões em que as conversas são direcionadas a ele, mesmo quando estamos falando da minha especialidade: jogos! Quebrar este viés cultural é bem desgastante, mas vale muito a pena (só poderia ser mais fácil, né?)”, comenta Carolina.
Apesar das dificuldades – tanto em empreender, quanto ser mulher neste universo -, Carolina quer construir uma rede de colaboradores e parceiros de dar orgulho, além de transformar o mundo: “Queremos fazer parte deste grande movimento transformador que estamos vivendo e sabemos que sozinhos, será quase que impossível. Acreditamos que a educação é o caminho possível e queremos contribuir da forma que podemos, com jogos de tabuleiro, cartas, atividades e oficinas que proponham reflexões. Queremos ser a ‘Fagulha’ que provoca o desejo de mudança nos que passarem pelas nossas experiências de aprendizagem”, completa.
Incríveis Inventoras e suas Grandes Invenções
O jogo tem como objetivo apresentar mulheres incríveis, que mudaram o mundo moderno com suas criações e que não são conhecidas pela grande maioria. “Quando tivemos contato com os dados estatísticos das posições ocupadas pelas mulheres nas carreiras STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e que as meninas no ensino médio dificilmente optam por este caminho, quisemos criar um jogo que quebrasse este viés inconsciente de que mulheres e ciência não combinam”, revela a empresária.
“A partir desta reflexão e depois de muita pesquisa, escolhemos 24 inventoras que desenvolveram tecnologias que proporcionaram o surgimento do WIFI, o Bluetooth, o Telefone Celular, mulheres que empreenderam e construíram multinacionais bilionárias e muitos avanços na medicina, proporcionando a reflexão de que o lugar de mulher é onde ela quiser”, finaliza.
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