Depois de ser mãe, descobri que eu não estaria nunca mais sozinha

*Por Carolina Forte

Medo e Preconceito… Essas foram as duas palavras que vieram na minha cabeça quando descobri que estava grávida.

Sim, em pleno século 21 e eu, mulher moderna, independente e dona do meu próprio nariz, gelei quando o teste de gravidez deu positivo.

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E aí eu me deparei com um certo preconceito para comigo mesma, pois eu não conseguia me aceitar como mãe solteira. E foi aí que eu encarei um relacionamento que não tinha nada a ver comigo – e amarguei 9 meses de inseguranças (sim, porque a gravidez me trouxe inseguranças, tanto no âmbito profissional quanto no âmbito pessoal e um total de 2 anos de frustrações).

“Quando não é pra ser, não force, porque está fadado a não dar certo”

Mas, depois de um certo tempo, quando a carreira voltou a deslanchar e eu passei a ter uma vida de apenas mãe e filha (só eu e ela morando sozinhas), as coisas entraram no eixo. E eu entendi o propósito.

Eu comecei a adorar o fato de ser mãe e não me importar mais com o fato de ser solteira. Porque, a partir daquele momento, eu não estaria nunca mais sozinha, e isso me confortou de tal forma que me deu força.

Comecei a levantar uma bandeira do NÃO ao preconceito, quis explicar ao mundo que ser mãe, em qualquer situação, é viver uma grande aventura e que tudo é possível. Tanto que, em 2014, encarei um mochilão à Europa com a Marina, que tinha apenas 7 anos. E ela tirou de letra. E quando eu digo mochilão, pense em hospedagem em albergues, mochila nas costas, pernoites em aeroportos, viagens de trem, pique-nique, porque a grana era curta pra refeições em restaurantes, e até ter o cartão bloqueado no caixa eletrônico em pleno centro de Madrid, na Espanha.

Carolina e Marina na EuroDisney Paris

Hoje, a Marina é uma moça aos 11 anos, muito companheira e a fonte de toda minha aprendizagem. Porque, dentro deste ‘serzinho’ iluminado existe o espírito de um velho sábio que me ensina todos os dias o propósito da minha existência.

E também fala tudo sobre super-heróis, séries da Netflix, mangás, games e animes, além de arrumar seu próprio computador sem ajuda de especialistas e desenhar melhor que Frank Miller (se você não sabe quem é, procure no Google, assim como eu fiz).

“Hoje nós duas vivemos em paz e, nessa paz, somos felizes”

Ah, e sobre o propósito de ser escolhida para ser mãe? Eu ainda estou descobrindo, mas posso dizer que somente os seres afortunados recebem essa dádiva. Então, se acontecer com você, não se assuste. Feche os olhos, respire fundo e sinta o frio na barriga de viver essa grande aventura.

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Contadora de histórias, aquariana e obstinada por grandes revoluções - principalmente internas. Compartilha vivências do seu processo de autoestima e entrevista mulheres inspiradoras.

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