Florzinha, não, obrigada! Hoje não é dia de comemorar, mas de lutar. E, embora tardiamente, escrevo este texto com uma pequeníssima lista de desejos, com os reais presentes que queremos receber neste 8 de Março, neste Dia da Mulher, e nos outros 364 dias do ano. Porque, afinal, ser mulher é resistir diariamente.
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1) Viver: a mulher quer viver, o que não deveria ser nenhum grande presente, daqueles caros de se dar. Mas, Segundo dados do Mapa da Violência, de 2013, 13 mulheres morrem por dia no Brasil apenas por…. SEREM MULHERES. De acordo com ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o quinto país com mais mortes de mulheres no mundo.
2) Paz: a violência de gênero faz com que as mulheres sejam, segundo dados do Relógio da Violência do Instituto Maria da Penha, sejam vítimas de assédio a cada 1,4 segundo. Um estupro em São Paulo, só para ter uma ideia, acontece de 11 em 11 horas EM UM LOCAL PÚBLICO. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) no ano passado.
3) Igualdade: [Na política] O Brasil ocupa a 115ª posição no ranking mundial de presença feminina no Parlamento dentre 138 países com base no banco de dados primários do Banco Mundial (Bird) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2017. As nações que apresentam maior percentual de mulheres no Parlamento são Ruanda (63,8%), Bolívia (53,1%), Cuba (48,9%), Islândia (47,6), Suécia (43,6%), Senegal (42,7%), México (42,4%), África do Sul (41,8%), Equador (41,6%) e Finlândia (41,5%). No Parlamento brasileiro, há somente 10% de mulheres. Os Estados Unidos detêm a 74ª colocação, com 19,4% de mulheres no Parlamento.
[No salário] Mesmo em número maior entre as pessoas com ensino superior completo, as mulheres ainda enfrentam desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens, segundo levantamento do IBGE divulgado no último dia 7 de março. De acordo com o rendimento habitual médio mensal de todos os trabalhos e razão de rendimentos, por sexo, entre 2012 e 2016, as mulheres ganharam, em média, 75% do que os homens. Isso significa que as mulheres têm rendimento habitual médio mensal de todos os trabalhos no valor de R$ 1.764, enquanto os homens, R$ 2.306.
Meninas e meninos (que eu espero que leiam também): esta é uma pequena lista. Mas há uma série de outras coisas, como respeito, segurança no trabalho (depois que a mulher volta da licença-maternidade, por exemplo, ela tem 50% de chance de perder o emprego em até dois anos, segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Portanto, hoje é um dia representativo, mas mais para os homens do que para nós, que já nascemos lutando.
Feliz Dia da Luta!
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